Não me lembro quanto tempo separa a tragédia da menina Eloá da morte da Isabela Nardoni. Assim como eu, com certeza, quase ninguém. O Brasil tem uma impressionante capacidade de assimilar, digerir e excluir da pouca memória tragédias que, aqui e ali - graças a Deus mais ali do que aqui - enchem o país de indignação. E da mesma forma como o povo se infla, rapidamente, de uma justa e santa revolta, pouco depois o balão do sentimento não apenas seca como murcha, à espera de outra paulada.
Como se a dor irmanasse o Brasil e as pessoas se sentissem, sinceramente, parentes próximos das vítimas, as tragédias passaram a fazer parte do grosseiro cardápio do noticiário policial, que vira manchete na primeira página e chamada mais importante dos telejornais. Quase que instantaneamente, a internet se enche de comunidades de pessoas que sofrem e choram - de verdade, repito - com a dor que é da nação. Essa cumplicidade é facilmente entendida, quando morre alguém muito famoso. A doença que levou a óbito o presidente Tancredo Neves (eu nem planejava em nascer) contagiou o país inteiro. Esse luto nacional se explica. O que não tem uma completa tradução é maneira como os brasileiros sofrem muito, sofrem intensamente com casos bárbaros e, logo depois, parecem refeitos e prontos para outro choque. A alma do povo é muito sensível. Ninguém tem o direito de se meter na dor alheia e, muito menos, de dizer que se trata de exagero ou de representação. Se a dor é coletiva, é pior ainda. Conheço gente que, até hoje, ainda fala, amargurada, da morte da princesa Diana (eu tinha 6 ou 7 anos). Da mesma forma que sei de pessoas que não podem se lembrar do acidente de Airton Senna (esse eu lembro..eu tinha 4 anos), que caem no choro. Nem quero imaginar, quando chegar a hora de artistas como Sílvio Santos ou Roberto Carlos. O Brasil se contorce de saudades, tipo a que maltrata, até hoje, em Belém, os fiéis correligionários de Magalhães Barata. Dor que todos sentem é, de fato, tema a ser escutado com mais seriedade.
Peço desculpas pelos possíveis erros de português e concordância. Gostaria de reiterar que, em nenhum momento eu quis brincar com a dor dos outros.
Jefferson ;)
Como se a dor irmanasse o Brasil e as pessoas se sentissem, sinceramente, parentes próximos das vítimas, as tragédias passaram a fazer parte do grosseiro cardápio do noticiário policial, que vira manchete na primeira página e chamada mais importante dos telejornais. Quase que instantaneamente, a internet se enche de comunidades de pessoas que sofrem e choram - de verdade, repito - com a dor que é da nação. Essa cumplicidade é facilmente entendida, quando morre alguém muito famoso. A doença que levou a óbito o presidente Tancredo Neves (eu nem planejava em nascer) contagiou o país inteiro. Esse luto nacional se explica. O que não tem uma completa tradução é maneira como os brasileiros sofrem muito, sofrem intensamente com casos bárbaros e, logo depois, parecem refeitos e prontos para outro choque. A alma do povo é muito sensível. Ninguém tem o direito de se meter na dor alheia e, muito menos, de dizer que se trata de exagero ou de representação. Se a dor é coletiva, é pior ainda. Conheço gente que, até hoje, ainda fala, amargurada, da morte da princesa Diana (eu tinha 6 ou 7 anos). Da mesma forma que sei de pessoas que não podem se lembrar do acidente de Airton Senna (esse eu lembro..eu tinha 4 anos), que caem no choro. Nem quero imaginar, quando chegar a hora de artistas como Sílvio Santos ou Roberto Carlos. O Brasil se contorce de saudades, tipo a que maltrata, até hoje, em Belém, os fiéis correligionários de Magalhães Barata. Dor que todos sentem é, de fato, tema a ser escutado com mais seriedade.
Peço desculpas pelos possíveis erros de português e concordância. Gostaria de reiterar que, em nenhum momento eu quis brincar com a dor dos outros.
Jefferson ;)
Pow...esse é um dos temas que mais criam polêmicas quando comento...rsrsrs
ResponderEliminarIsso tem nome: Hipocrisia! pow, não acho certo esse falso luto que o Brasil enfrenta com a morte de pessoas como Isabella e Eloá. Pessoas morrem todos os dias, de formas até mais brutais que essas, e ninguém tá nem aí! Muitas pessoas morrem de foome...tem coisa mais triste que isso? muitos idosos são maltratados, animais idem, e ninguém fica de luto! agora quando uma morte tem um destaque absurdo da mídia, o pessoal fica com isso de "luto por isabella"...sendo que nem ao menos conheciam a pessoa pessoalmente..
o problema do brasileiro é que sempre se deixa levar pela mídia...a globo disse "O Brasil está de luto pela Eloá", e o povo acredita...pqp..
essa é a minha opinão!