O ano de 2010 começou "bombando". Primeiro, foi os inúmeros deslizamentos de terras em Angra dos Reis, no Rio de Jeneiro, que vitimou mais de 50 pessoas até o momento e deixou várias famílias desabrigadas. Segundo, foi a "gafe" que Boris Casoy cometeu no Jornal da Band.
No fim de uma reportagem, dois garis desejaram um feliz Ano-Novo aos telespectadores. Em seguida, sem saber que o áudio estava no ar, Casoy fez o seguinte comentário: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras... Dois lixeiros, o mais baixo da escala de trabalho".
Na noite seguinte, o jornalista preconceituoso pede desculpas meio a contragosto: "Ontem, durante o programa, eu disse uma frase infeliz que ofendeu os garis. Eu peço profundas desculpas aos garis e a todos os telespectadores". Numa entrevista à Folha (sim, eu li), porém, Boris Casoy mostra que não se arrependeu da frase e do seu pensamento elitista, mas sim do vazamento. "Foi um erro. Vazou, era intervalo e supostamente os microfones estavam desligados".
Mas esse pedido formal de desculpas não deu em nada, só estimulou ainda mais o preconceito entre classes. E o que vem a ser Preconceito entre Classe? Veja o que dizem os especialistas em Sociologia:
"Preconceito de classe pode ser definido como um conjunto de comportamentos discriminatórios orientados de forma absoluta contra pessoas de outra classe social. Caracteriza-se pelo desprezo das classes sociais superiores contra as inferiores, bem como por atitudes hostis e vingativas das inferiores com relação às que se encontram acima delas".
Entenderam? Acirrou ou não acirrou um tipo de preconceito latente na nossa sociedade?
Este fato lastimável, revela como a imprensa brasileira é "uma vergonha", para citar o bordão de Boris Casoy, com seu biquinho e seus cacoetes. O episódio também serve para desmascarar de vez este repugnante apresentador, que gosta de posar de jornalista crítico e independente.
Eu até pensei em boicotar a emissora, mas vi que a mesma não teve nenhuma relação como o ocorrido. Também seria um burrice da minha parte.
A pergunta que fica: a tal Liberdade de Expressão nos dá este "direito divino", quase que absoluto de falar tudo que pensamos?