Lá vem Belém, moreninha brasileira, com perfume de mangueira, vestidinha de folhagem. E vem que vem, ligeirinha, bem faceira, como chuva passageira refrescando a paisagem. Lá vem Belém, com suas lendas, seus encantos, seus feitiços, seus quebrantos, seus casos de assombração. E vem que vem, com seu cheirinho de mato, com botos, cobra Norato, com rezas, defumação. Lá vem Belém, recendente, feiticeira, no seu traje de roceira, na noite de São João. E vem que vem, com seus banhos de panela, alecrim, jasmim, canela, hortelã, manjericão. Lá vem Belém, a Belém dos meus encantos, dos terreiros, Mães de Santo, das crendices, do pajé. E vem que vem, com sobrados de azulejo, vigilengas, Ver-o-Peso, na enchente da maré. Lá vem Belém. No dia da Trasladação vela acesa, pé no chão, sempre firme em sua fé. E vem que vem, o povo implorando graça, sempre que a Berlinda passa com a Virgem de Nazaré. Lá vem Belém, junto de Nossa Senhora, dia do Círio ela implora saúde, paz e dinheiro. E vem que vem o povão, o povo inteiro porque Deus é brasileiro e Jesus nasceu em Belém.
Poema da escritora e membra da Academia Paraense de Letras, Sylvia Helena Tocantins
domingo, 12 de outubro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Lá vem Belém com seus encantos e que encanta todos os visitantes, com essa chuva de fim de tarde é Belém, pois passei três dias e pelo que lembro em duas tardes teve chuva, é uma linda cidade.
ResponderEliminarDesculpe a invasão.
Quem vêm ao Pará, parou! Tomou açai, ficou. hehe Cidades das mangueiras.
ResponderEliminar