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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Reforma Drástica

O final de semestre chegou ao fim com muitas alegrias e com um resquício de tristeza, pois passar um mês sem estudar, mas estudar de verdade, é de partir o coração e cansativo. Têm seus lados positivos, é verdade, um deles é que agora poderei ou tentarei desenvolver um post com mais consistência e entusiasmo. Vamos o que interessa!

Afinal, quem aí não gosta do que realmente é novo? Temos medo dele, não é? Como disse Dostoievski, “dar um novo passo, pronunciar uma nova palavra é o que as pessoas mais temem”. Mesmo nas coisas diminutas, a experiência com algo de novo não sem faz sem um certo receio. Acredito que isso seja inerente a qualquer pessoa e digo com uma certa convicção.
Por volta de 2005, passei a estudar numa escola um pouco mais distante de casa. Iniciei em começos de janeiro e lá permaneci até ao fim do ano de 2006, quando me mudei para cá, onde pela primeira vez percebi que algo de novo estava acontecendo. E ainda me lembro como me senti hesitante na primeira manhã em que me dirigi à nova escola. Seria capaz de suporta aquilo? A simples mudança de uma instituição para outra, como qualquer circunstância da vida, tinha seus componentes de medo. Em se tratando de uma reforma drástica, o receio, naturalmente, é mais penetrante e mais duradouro. Nunca estamos realmente preparados para aquilo que é totalmente novo. Temos que modificar-nos, e qualquer modificação radical significa uma crise na nossa auto-estima; passamos por um exame, temos que provar algo a nós mesmos.
O fato de nunca estarmos preparados e aptos para aquilo que é novo têm resultados curiosos, a saber: uma sociedade passando por uma reforma drástica é uma sociedade de desordenados, e os desordenados vivem e respiram numa atmosfera de paixão. Existe uma intrínseca relação entre a falta de confiança e o estado de espírito apaixonado e a intensidade pode servir de substituo para a confiança.
Essa relação é notória em todos os campos da vida. Um trabalhador confiante na sua capacidade é despreocupado quanto ao seu emprego e produz muito, embora trabalhe com se estivesse brincando.  Por outro lado, o trabalhador novo no seu ramo efetua um ataque ao trabalho como se estivesse salvando o mundo, e precisa comporta-se assim se quiser realizar alguma coisa.
Como já foi dito, uma sociedade sujeita a reforma drástica é uma sociedade de desajustados – instabilizados, impetuosos e famintos de ação. Dizem que a ação é a forma mais óbvia de obter a confiança e provar o amor/valor próprio, e é também uma reação contra a perda de equilíbrio. Sendo assim, a reforma drástica é um dos fatores que desprende as energias do homem, mas certas situações devem estar presentes para que o choque de mudança transforme as pessoas em efetivos homens de ação: deve existir uma abundância de oportunidades, e deve haver uma tradição de auto-suficiência. Existindo essas condições, um povo exposto a reforma drástica imergirá numa orgia de ação.


Os milhões de imigrantes “atirados” em nossas cidades antes e depois da 2° Guerra Mundial sofreram uma mudança tremenda, que se constituiu numa experiência lastimosa e irritante. Não apenas foram “transferidos”, da noite para o dia, para um país totalmente estranho, mas foram, em sua grande maioria, arrancados à morna existência conjunta de uma pequena urbe ou aldeia em algum lugar da Europa e expostos ao calor e desanimador  isolamento de uma existência individual. Eram desajustados em todos os sentidos da palavra, situação ideal para uma explosão revolucionária.
Mas tiveram à sua disposição um vasto continente e fabulosas oportunidades de progresso individual. E assim, esses imigrantes de cidadezinhas européias estagnadas imergiram numa louca corrida de ação;
Sintetizando: quando uma sociedade submetida à reforma drástica não tem ocasiões abundantes para a ação e crescimento individual, cria-se nela a fome de fé, orgulho, e unidade. Torna-se receptiva a toda e qualquer forma de partidarismo e fica aflita pro jogar-se a empreendimentos coletivos que visam “mostrar o mundo”. Em outras palavras, a mudança drástica, sob certas condições, cria uma inclinação para atitudes fanáticas e para manifestações de escárnio e desafio; cria uma atmosfera de revolução.

Esse foi o último post do ano. Ano que vem tem mais de mim aqui para vocês.

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