Nos blogs que sou dono e dos quais faço parte, sempre me mostro contrário às atitudes do Poder Público (algumas) e da própria população. Acredito que a melhor forma de colocarmos um fim nas nossas mazelas, ou ao menos minimizá-las, é uma atuação conjunta das duas partes. Penso que nada adianta a Prefeitura, por exemplo, criar campanhas contra o combate ao lixo, pôr à disposição da população lixeiras, se as pessoas não reconhecem o esforço que é dispensado. Grande parte dos nossos problemas tem origem nas nossas práticas.
Mas vocês devem me perguntar: "Por que estás a falar disso agora, Jeferson?" Eu respondo!
Estava voltando da faculdade, numa noite meio chuvosa e intranquila, quando pego um ônibus lotado e cheio de estudantes, aqueles bem animadinhos, que falam alto e não se importam com os ouvidos dos outros, e uma garota carregando um copo com mingau senta ao meu lado. Pô, pensei: "É hoje!" rs . Ledo engano!
Olhando para aquele rostinho doce e angelical, nenhuma pessoa, NENHUMA MESMO, poderia esperar o que estava prestes a acontecer. A dita cuja termina com a sua "boquinha", começa a fazer movimentos rápidos com a cabeça, como se estive procurando algo, e percebo que ela procurava por uma lixeira no interior do coletivo. MAIS uma vez pensei: "Não, ela não vai fazer o que o estou prevendo".
Não deu outra! Como ela não achou o seu pote de ouro no fim do arco-íris, digo, a lixeira, jogou o copo pela janela.
Talvez alguns dirão que isso é de somenos importância, um plasticozinho na via pública não faz diferença. "Ah tá..senta lá, Cláudia", já dizia essa expressão popular. Outros dirão que estou mais pra um falso moralista e eco-chato. Que seja! As opiniões estão aí para serem aceitas e postas em debates.
Pois bem... a prática desta garota só reforça uma coisa: o povo é MAL EDUCADO. Que moral ela teria pra cobrar do Poder Público, no caso de uma enchente, onde o lixo dominasse sua casa, uma solução, uma melhoria?
A cultura da imundície já está arraigada em nossa sociedade, onde as pessoas, por mas que queiram, não conseguem livrar-se dela. E nós jovens, como eu e como a personagem central deste post, temos um papel importante na mudança da urbe.
Que sejamos protagonistas dessa transformação e que passemos a dar um nova feição a esta cidade (falo de Belém ou qualquer outro município); não nos deixemos acomodar com as dificuldades do dia a dia. Pior do que presenciar práticas como a referida anteriormente, é se manter num estado de leniência e conivência.
Maus exemplos já temos aos monte no Congresso Nacional e nas nossas Câmaras também, que tal pormos a mão na massa ante o descaso de algumas autoridades constituídas?
Poderia criar uma campanha entorno desse debate, mas como não creio num grande alcance do Blog do Jeco, deixo mais um registro cheio de indignação.
Abraços fraternos!